SíTIO BOA TIA

UMA HISTÓRIA DE AMOR

Francisco Arruda Fontes, nascido e criado na cidade de Sousa no sertão da Paraíba, amante do mundo rural e da natureza, logo se apaixonou pela Serra da Meruoca. Após alguns anos adquiriu a parte do Sítio que pertencia aos cunhados, ficando como único proprietário.
Era nesta Serra, ao lado de sua esposa – Maria do Carmo e de seus filhos – Mônica, Antônio Augusto e Eduardo, que ele se sentia feliz e realizado. Seu amor por este pedaço do céu era tão imenso, que transbordava e contagiava a todos que com ele conviviam, principalmente seus filhos.
Aos 21 anos de idade, Eduardo, o filho mais novo do casal realizou o sonho e o projeto de vida de seu pai, decidindo-se a morar no sítio e torná-lo produtivo.
Com o apoio de seus pais e irmãos, Eduardo mudou-se, no ano de 1997, para o Sítio Boa Tia, onde começou a plantar mamoeiros e a criar algumas poucas vacas.
Logo descobriu que sua vocação era para criação de gado.
A família, de mãos unidas e levando no coração a vontade de vencer, investiu na realização de um projeto, que começou com a compra de gado Jersey e holandês.
O sítio foi a cada dia se transformando, o trabalho aumentando, e Eduardo precisava de ajuda para continuar.
Foi aí que sua mãe, Maria do Carmo, decidiu morar na serra, e ajudá-lo a administrar o negócio. Com pulso forte, determinação, organização e amor incondicional, Maria do Carmo reformou, reestruturou, deu nova forma ao Sítio Boa Tia. O que era barro virou jardim; o que era mato virou casa de boneca para a diversão das netas Nicolle e Nathália; o que era pedra virou rosa. Foi a metamorfose que só o amor é capaz de realizar.
A dupla Eduardo e Maria do Carmo escreveram, com as tintas da dedicação exclusiva e do trabalho ininterrupto, uma nova história para o Sítio Boa Tia. Cada conquista era comemorada com orgulho por toda a família, principalmente pelo Chefe Arruda, que não escondia de ninguém o imenso orgulho do filho e da esposa.
O tempo passou, as transformações foram acontecendo e, assim também, aos poucos,os sonhos foram se realizando. Sala de ordenha, maternidade, berçário, sala de procedimentos.
As pessoas ficavam encantadas com os detalhes e a cada dia aumentava a visitação ao Sítio.
Em 2004 a filha do casal, Mônica, amante da vida no campo e também idealizadora do projeto Boa Tia, juntamente com as filhas Nicolle e Nathália, mudaram-se para a Serra da Meruoca, para ajudar efetivamente o irmão na construção do sonho da família.
E os sonhos foram aumentando... sonhos compartilhados... sonhos realizados...
Trabalho, alegrias, realizações, aprendizado, tristezas, saudades, força, garra, amor, união, superação...
10 anos se passaram.
O cheiro do mato e do esterco das vacas; os sons dos cantos dos pássaros, do galo, do mugir das vacas, da água batendo nas pedras, do chocalho; o verde, a mata, as árvores, as flores, as rosas; o cheirinho do café, o sabor da tapioca, o leite mugido, a coalhada fresquinha, o milho verde... Chuva, sol, poeira, vento, orvalho, ar puro...a vida no campo.
É tudo um sonho... um sonho do BOA TIA, e quantas tias maravilhosas existem: Tia Bemvinda, Tia Isabel, Tia Mirtes, Tia Auxiliadora, Tia Milu, Tia Judite,Tia Biia, Tia Cristiane, Tia Patrícia, Tia Mônica, Tia Milena... sem elas a vida não seria a mesma... assim como sem o mato, sem o camponês, sem os animais e sem a roça, a vida perde a sua essência.
Venha fazer parte deste mundo...
Sítio Boa Tia – 10 anos semeando amor...

Sítio Boa Tia oferece mundo de sonhos

12/10/2006 Diário do Nordeste - Regional

É uma casa muito engraçada, com portas pequenas, janelas miúdas, quartos, sala, varanda e até uma cozinha equipada com pia e tudo. Todo mundo pode entrar nela, porque a casa também tem chão, mas com uma condição: é preciso ter coração grande, pé ligeiro, olhar puro e saber usar a imaginação.

Teve sono? Tem caminha bem limpinha. Quis fazer pipi? Vai ao banheirinho que tudo funciona. Chegou visita? Recebe no sofá da sala e telefona para pedir um lanche na casa-mãe, que fica bem ao lado.

Tudo isso pode ser visto na Casa Pequena, um espaço para crianças montado no Sítio Boa Tia, Serra da Meruoca, a 18km de Sobral.

Depois de descansar, o melhor é ir dar uma voltinha para conhecer os arredores desse lugar encantado e entrar no mundo dos sonhos de verdade. Um pulo para o lado e encontra jabutis dormindo sobre um cajueiro antigo. Um pulo para outro lado e lá estarão coelhinhos de olhos vermelhos, galinhas chocando ovinhos, capote gritando “tô fraco”, porquinho gigante, vaquinhas enormemente grávidas, garrotes com carinha de bebê, passarinhos soltos, orquídeas, bromélias e um lago com carpas e moinho girando. Tudo isso soprado pelo vento fresquinho da Serra da Meruoca.

Essa brincadeira organizada por gente grande é uma das principais atrações do Sítio Boa Tia, uma propriedade rural de 21 hectares, com vocação, na verdade, para produção leiteira e pecuária. Eduardo de Araújo Fontes, um dos proprietários e responsável pela administração do lugar, contou que a jardinagem, os animais domésticos, os painéis, a Casa Pequena, tudo foi criado para o lazer da família e que o turismo foi uma conseqüência da dedicação dos pais e dos irmãos.

“Trabalhamos com gado holandês puro e toda genética é feita por inseminação artificial, sem reprodutores. Temos 60 animais, na faixa de 27 em produção. Nossa intenção é chegar à média de 30 litros de leite por animal/ dia. Na verdade é uma surpresa ver o trabalho reconhecido por turistas, porque nunca houve intenção turística. A Casinha, por exemplo, foi feita para minhas sobrinhas e hoje recebemos aqui cerca de 20 visitas por fim de semana”.

Tudo no Sítio Boa Tia é peculiar e bem-cuidado. Para o manejo da pecuária, a mãe de Eduardo Fontes, falecida em 2004, cuidou de providenciar pinturas nas paredes, com cores tranqüilizantes e muito espaço verde ao redor. “Existe a maternidade, sala de ordenha, sala de procedimentos (para inseminações e cesarianas) e o armazém, que chamamos de cozinha do gado. Toda etapa da vida do animal tem um lote. São alguns meses no berçário, depois lote de recria, lote de novilhas aptas, lote de novilhas gestantes, lote de pré-parto e, depois que a vaca pariu, vai para sala de ordenha. Tem um ciclo na vida do animal”.

O Sítio Boa Tia pode ser transformado em hotel-fazenda a qualquer momento. Mas, enquanto isso não acontece, está a todo vapor a construção de uma fábrica de doces e queijos que irá substituir a produção caseira. “A idéia de construir um hotel-fazenda é pensando nos pedidos dos turistas, mas ainda estamos analisando. Primeiro vamos concluir a fábrica”.

Lá também é possível visitar a “Quinta da Boa Tia”, uma lojinha que vende artesanato da região, doce de leite liso e com caroço, queijo coalho, ovos caipira, cachaça de orquídea ou licores produzidos na Meruoca com sabores de hortelã, café, jenipapo, jaca, carambola, caju, tamarindo e outros.

A Boa Tia era uma tia solteira da avó de Eduardo que, no início do século XX, vivia serra acima e serra abaixo no lombo de animais fazendo caridade. Diz a lenda que quando alguém adoecia, a Boa Tia fechava as portas da fazenda e só voltava depois de deixar o doente curado. A fama dela se espalhou na região e, apesar de ter feito a passagem para o outro lado do rio há muitos e muitos anos, a família hoje batizou a casa centenária com o codinome de sua primeira proprietária.Samuel Rioly, de 10 anos, Cleverton Vasconcelos, 10, Ana Clívia Vasconcelos, 7, e Ivanésio Filho, 7, se reuniram ontem para conhecer o Sítio Boa Tia, na Serra da Meruoca. Os pequenos ficaram encantados com a natureza e com os bichinhos. Brincaram, correram, subiram em árvore, beberam suco de fruta fresquinha e disseram, com unanimidade, que queriam mesmo era ficar morando para sempre na Casa das Crianças.SERVIÇO: Sítio da Boa Tia, contato com Eduardo de Araújo, telefone (88) 3649.0002.

Natércia Rochaenviada a Meruoca